Nonato Assis de Miranda, Orcid: https://orcid.org/0000-0001-6592-3381; Universidade Municipal de São Caetano do Sul – São Caetano do Sul – SP – Brasil. E-mail: mirandanonato@uol.com.br
Maria do Carmo Romeiro, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-3158-7903; Universidade Municipal de São Caetano do Sul – São Caetano do Sul – SP – Brasil. E-mail: maria.romeiro@online.uscs.edu.br
Flávio Lemenhe, Orcid: https://orcid.org/0009-0001-0938-1861; Universidade Municipal de São Caetano do Sul – São Caetano do Sul – SP – Brasil. E-mail: flavio.lemenhe@uscsonline.com.br
Resumo
Este estudo teve por objetivo identificar e analisar a presença da prática de pesquisa como estratégia de ensino e aprendizagem no curso de Graduação em Administração a partir de levantamento bibliográfico realizado nos anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD), no período de 2001 a 2021. Metodologicamente, a pesquisa foi delineada por meio de levantamento bibliográfico de artigos publicados nos anais desse evento científico na área temática EPQ - Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade com foco na primeira. No período investigado, foram identificados um total de 1.586 na subdivisão EPQ do EnANPAD, mas, desse total, apenas 22 são inerentes ao objeto de pesquisa que estão distribuídas na área de Ciências Sociais Aplicadas. Quando a análise recai apenas no curso de graduação em Administração, constata-se que apenas cinco publicações focalizam a pesquisa como estratégia de ensino e aprendizagem. Conclui-se com isso que esses resultados revelam por um lado, a relevância do estudo, tendo em vista que a temática é pouco explorada no âmbito da pesquisa acadêmico-científica, e, por outro, que o emprego da prática de pesquisa como procedimento de ensino e aprendizagem nos cursos de Graduação em Administração ainda é um recurso pouco empregado nas aulas por parte dos professores.
Palavras-chave: cursos de administração; ensino de administração; prática de pesquisa; pesquisa como ensino.
Abstract
This study aimed to identify and analyze the presence of research practice as a teaching and learning strategy in the Undergraduate Administration course based on a bibliographical survey carried out in the proceedings of the National Meeting of the National Association of Postgraduate Studies and Research in Administration (EnANPAD), from 2001 to 2021. Methodologically, the research was outlined through a bibliographic survey of articles published in the annals of this scientific event in the thematic area EPQ - Teaching and Research in Administration and Accounting with a focus on the first. In the period investigated, a total of 1,586 were identified in the EPQ subdivision of EnANPAD, but, of this total, only 22 are inherent to the research object and are distributed in the area of Applied Social Sciences. When the analysis focuses only on the undergraduate Administration course, it appears that only five publications focus on research as a teaching and learning strategy. It is concluded that these results reveal, on the one hand, the relevance of the study, considering that the theme is little explored in the scope of academic-scientific research, and, on the other, that the use of research practice as a research procedure Teaching and learning in Undergraduate Administration courses is still a resource little used in classes by teachers.
Keywords: administration courses; administration teaching; research practice; research as teaching.
O ensino superior em Administração, no Brasil, teve seu início de funcionamento no século XX. O Conselho Federal de Administração (CFA) considera o curso de Administração oferecido pela Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP/FGV), da Fundação Getúlio Vargas, ofertado em 1952, como o início do ensino superior em Administração, no Brasil e o curso ofertado pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP/FGV) o segundo ofertado no Brasil, no ano de 1954 (CFA, 2021). Assim sendo, “o ensino de Administração alcançou uma dimensão significativa na sociedade brasileira, considerando que contava com dois cursos apenas em 1954, o da EBAP e o da EAESP, ambos mantidos pela FGV” (CFA, 2021).
Desde então, o curso de Administração vem num crescente avanço em relação ao número de cursos. Antes de 1960 eram apenas 2 cursos, em 1960, o número chegou a 31, em 1970, subiu para 247, na década seguinte (1980) totalizou 305, chegando em 823 em 1990. Nota-se que, na década de 1960, o crescimento do número de cursos foi de 696,77% e, no período de 1980 a 1990, de 169,36%. Essa perspectiva de crescimento continuou nos anos 2000 tendo em vista que nesse ano o país já contava com 1.462 cursos e, em 2010, esse quantitativo chegou em 1.805 (CFA, 2021), um aumento um pouco menor (23,46%) em relação à década anterior, mas mantendo-se em expansão.
De acordo com a sinopse estatística da educação superior de 2022, nesse ano, o bacharelado em Administração figurava como o maior curso do Brasil. Ao todo, eram 2.290 cursos ofertados nas modalidades presencial e a distância. Em relação ao número de alunos, nesse mesmo ano, o curso contabilizou um total de 638.789 estudantes o que o colocou na 3ª. posição do ranking dos maiores cursos em relação ao número de alunos matriculados, ficando atrás apenas dos cursos de Direito (671.726) e Pedagogia (821.864) que ocupava a primeira posição desse ranking (Inep, 2023). De 2011 a 2022, o crescimento da Administração em relação ao número de cursos foi de 26,87%, percentual levemente superior à década anterior.
Esses números revelam, dentre outros aspectos, a necessidade de compreender como se dão os processos e as estratégias de ensino e aprendizagem na graduação em Administração. Vale lembrar que o ensino, ao lado da pesquisa e da extensão, é um dos tripés que sustentam as universidades (Martins & Zerbini, 2014). Além disso, a profissão de pesquisador está intimamente ligada à carreira docente (Andriola & Suliano, 2015), notadamente, na área de Administração (Melo & Serva, 2014). Essa interface entre ensino e pesquisa é evidente, especialmente nos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração (Guimarães et al., 2009), destacando a importância dessa relação para o avanço do conhecimento na área (Ribeiro, 2020).
O professor, ao elaborar o plano de ensino da disciplina a ser ministrada, tem a possibilidade de definir qual(ais) estratégia(s) de ensino-aprendizagem utilizará para garantir sua oferta sem perder de referência a aprendizagem discente. Dentre os métodos, têm-se: a) aprendizagem baseada em projetos; b) método de caso; c) aprendizagem baseada em problemas (ABP); d) aprendizagem baseada em jogos e; e) sala de aula invertida (Gil, 2020). Em relação às técnicas de ensino-aprendizagem ativo, são listadas: a) pausas para esclarecimento; b) artigo de um minuto; c) compartilhamento de notas; d) pensamento compartilhado; e) resumo da resposta de outro aluno; f) quebra-cabeças; g) construção de questionário; h) mapas conceituais; i) solução de problemas; j) listas visuais; k) seções de revisão ativa e; l) role-playing - (jogo de papéis) - (Gil, 2020).
Dentre as estratégias de ensino-aprendizagem identificadas na literatura, a estratégia ensino com pesquisa é tida como fundamental para a melhoria na qualidade do ensino superior (Lampert, 2008). A utilização da pesquisa como estratégia de ensino contribui significativamente com o aprendizado do conteúdo que se ensina, uma vez que o estudante se debruça com mais afinco sobre o tema. Além disso, o ensino com pesquisa é capaz de contribuir para a formação de pessoas críticas, capazes de (re)construir o conhecimento, de compreender a realidade (Lampert, 2008). Essa estratégia pode ser utilizada nos diferentes níveis de ensino, desde a educação infantil ao ensino superior - (graduação) - (Demo, 2015). Há distinção entre ensino com pesquisa, cuja finalidade é formar pessoas por meio da prática da pesquisa, e ensino para a pesquisa, cuja finalidade é formar pesquisadores - (pós-graduação, especialmente stricto sensu) - (Lampert, 2008).
O objetivo da pesquisa foi identificar e analisar a presença da prática de pesquisa como estratégia de ensino e aprendizagem no curso de Administração a partir de levantamento bibliográfico realizado nos anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD), no período de 2001 a 2021.
Dentre as estratégias de ensino-aprendizagem, a prática da pesquisa como estratégia de ensino pode ser utilizada para desenvolver a atitude científica nos discentes. Demo (2015, p. 1) defende “a importância da pesquisa para a educação, até o ponto de tornar a pesquisa a maneira escolar e acadêmica de educar.” O entendimento de Nganga e Miranda (2019, p. 33) sobre o assunto nos remete às características relacionadas à atitude científica mencionada por Bordenave e Pereira (2015). Na perspectiva dessas autoras, “ao se trabalhar com a estratégia de ensino com pesquisa, é possível considerar os objetivos [educacionais] de compreensão, aplicação, análise e síntese/criação”, associados ao processo de ensino-aprendizagem.
Na década de 1960, Nérici (1967) segmentou as estratégias de ensino-aprendizagem em método de ensino e em técnica de ensino. O autor discorre sobre método de pesquisa (classificado como método de ensino), bem como discorre sobre a pesquisa (classificada como técnica de ensino). Na década seguinte, esse mesmo autor descreveu a estratégia de ensino-aprendizagem como método da pesquisa (Nérici, 1977). Além desse autor, Masetto (2003, 2012), Anastasiou e Alves (2003, 2015) e Nganga e Miranda (2019) também apresentam o ensino como pesquisa como estratégia de ensino-aprendizagem. Camargo e Daros (2018), por sua vez, apresentam as estratégias de ensino-aprendizagem paleta de cores com uso de artigo científico e planejamento da escrita científica por meio de diagrama.
Gil (2020, p. 102), ao descrever a aprendizagem baseada em problemas (ABP), também denominada Program based learning (PBL), menciona que essa estratégia “utiliza uma lógica semelhante à da pesquisa científica, já que, a partir de um problema, constroem-se hipóteses e coletam-se dados, que são analisados e discutidos até se chegar a uma conclusão”. Libâneo (2009, p. 28) também faz essa associação afirmando que “o ensino com pesquisa associa-se com o método de resolução de problemas”.
O proposto por Nérici (1967, 1977), Masetto (2003, 2012), Anastasiou e Alves (2003, 2015), Camargo e Daros (2018), Nganga e Miranda (2019) e Gil (2020) são meios (diferentes em termos de operacionalização e de complexidade) de realizar o que Demo (2015) e Bordenave e Pereira (2015) defendem que é tornar a pesquisa a maneira acadêmica de educar; desenvolver uma atitude científica nos discentes.
Existem várias estratégias que se inserem na pesquisa como prática de ensino, tais como: paleta de cores, planejamento, aprendizagem baseada em problemas, dentre outras.
A estratégia paleta de cores com uso de artigo científico é uma estratégica inerente à prática de ensino como pesquisa. Essa estratégia “tem como objetivo auxiliar os alunos que estão iniciando a produção de escrita científica a visualizarem as partes que compõem um artigo de maneira mais dinâmica e interativa” (Camargo & Daros, 2018, p. 85). Por meio dessa estratégia, os discentes adquirem conhecimento sobre a estrutura de um artigo científico, têm ampliada sua capacidade de organização da escrita e, tem ampliada sua capacidade de organização de ideias (Camargo & Daros, 2018). Relacionada à estratégia paleta de cores com uso de artigo científico, a estratégia planejamento de escrita científica por meio de diagrama, “tem como objetivo auxiliar os acadêmicos no processo de organização e de desencadeamento das ideias”, iniciando os discentes no planejamento da escrita científica (Camargo & Daros, 2018, p. 95).
Na aprendizagem baseada em problemas, os discentes assumem um papel ativo, sendo os principais responsáveis por seu aprendizado. Esse aprendizado se dá ao longo das etapas de operacionalização da estratégia, que se inicia na identificação do problema e finda na avaliação e reflexão sobre a aprendizagem (Gil, 2020).
O ensino com pesquisa, “oferece condições para que os estudantes adquiram maior autonomia, assumam responsabilidades, desenvolvam disciplina” (Anastasiou & Alves, 2015, p. 105), sendo tida como “fundamental para a melhoria da qualidade dos cursos de graduação” (Masetto, 2012).
As etapas que compõem a operacionalização da estratégia ensino com pesquisa são apresentadas por Masetto (2003, 2012), Anastasiou e Alves (2003, 2015) e Nganga e Miranda (2019).
Para a operacionalização da estratégia ensino com pesquisa, Masetto (2012) propõe que os docentes cumpram as seguintes etapas: a) motivar os discentes a participarem da atividade; b) discutir com os discentes as características da atividade proposta; c) dividir os discentes em grupos, bem como atribuir o assunto a ser pesquisado, para cada grupo; d) organizar a comunicação dos resultados (a ser feita pelos grupos), seguida de discussão (a ser feita por docente e discentes).
Anastasiou e Alves (2015, p. 105) trazem uma proposta mais flexível quando comparada ao modelo apresentado por Masetto (2012). De modo efetivo, as autoras apresentam a seguinte operacionalização das etapas (denominada pelas autoras de dinâmica da atividade) da estratégia Ensino com pesquisa: a) desafiar o estudante como investigador; b) estabelecimento de princípios: movimento e alteração do conhecimento, solução de problemas, critérios de validação, reprodução e análise; c) construção do projeto.
Nganga e Miranda (2019) apresentam as etapas para a operacionalização da estratégia ensino com pesquisa, para tanto, elas consideram importante que o ensino seja pautado na perspectiva de um projeto de pesquisa. Desse modo, a elaboração do projeto de pesquisa consiste em várias etapas: a) definir o problema de pesquisa; b) definir os objetivos da pesquisa; c) elaborar a justificativa da pesquisa; d) definir a base teórica; e) definir o método de pesquisa; f) estabelecer o cronograma da pesquisa. A proposta dessas autoras é relativamente similar à de Masetto (2012), ou seja, uma proposta de ensino por meio da pesquisa, mas com rigor científico.
Elaborado o Projeto de Pesquisa, seguem-se as etapas: a) discussão em sala dos Projetos de Pesquisa elaborados, para melhorias; b) desenvolvimento do Projeto de Pesquisa (da versão preliminar dos aspectos introdutórios à redação das contribuições finais da pesquisa); c) discussão da pesquisa em sala de aula, para contribuições dadas pelo professor e demais colegas (aprimoramento); d) envio da pesquisa para um evento científico (novo aprimoramento; avaliadores, partícipes do evento); e) incorporação das críticas recebidas quando das discussões no evento científico; f) submissão da pesquisa para um periódico científico (novo aprimoramento; avaliadores); g) incorporação das críticas, para publicação no periódico (Nganga & Miranda, 2019).
Para a operacionalização da estratégia de ensino-aprendizagem ensino com pesquisa, Masetto (2012) destaca dois pontos a serem observados: a) tempo necessário para o desenvolvimento da estratégia; b) comportamento do docente, ao decidir por utilizar a estratégia.
No que se refere ao tempo necessário, Masetto (2012) afirma que a operacionalização da estratégia demanda de dois meses até dois meses e meio e, recomenda que a estratégia “pode ser utilizada uma vez no semestre ou duas vezes no ano”. Conforme o autor, a maior parte do tempo demandado para a elaboração da pesquisa será destinado para atividades extraclasse, ficando para o ambiente da sala de aula as orientações feitas pelo docente e a comunicação da pesquisa (Masetto, 2012). Contudo, essa proposta não corresponde à realidade de todos os alunos do curso de Administração, especialmente os que estudam no período noturno, pois, em geral, são alunos trabalhadores, que não dispõem de tempo suficiente para o desenvolvimento de atividades de aula no formato proposto por esse autor.
Para Nganga e Miranda (2019, p. 37), o tempo necessário dependerá do planejamento do docente. No caso de “pesquisa simplificadas, de modo que o aluno possa ter uma breve introdução sobre como e onde pesquisar o tempo necessário será de três a quatro horas, divididas em momentos dentro e fora de sala”. No caso de “pesquisas mais aprofundadas, como em formato de artigo científico”, o tempo necessário pode ser “durante todo o semestre ou até mesmo durante o ano de uma disciplina ministrada” (Nganga & Miranda, 2019, p. 37). Mais uma vez a proposta não coaduna com a realidade brasileira, pois os alunos dos cursos de graduação, em sua maioria, associam trabalho e estudo.
Com relação ao comportamento do docente, ao longo da atividade, Masetto (2012, p. 118) defende que a postura do docente é de fundamental relevância. Tem de haver disposição para orientar os discentes na elaboração da pesquisa: “será necessário instruir como se faz uma pesquisa e acompanhar sua realização”. O papel do docente também é destacado por Nganga e Miranda (2019), desse modo, é o planejamento feito pelo docente que determinará a complexidade da estratégia Ensino com pesquisa.
Esta pesquisa foi realizada por meio de um levantamento bibliográfico empreendido no site do EnANPAD no período de 2001 a 2021 que se constitui numa técnica desenvolvida com base em material já elaborado e publicado, permitindo ao pesquisador obter maior amplitude dos fenômenos do que conseguiria pesquisando diretamente (Gil, 2010). Desse modo, além de identificar e quantificar os artigos inerentes ao objeto de estudo, foi empreendida uma análise dos artigos selecionados na perspectiva da Análise de Conteúdo (Bardin, 2002) com vistas a compreender como se dá o emprego da prática de pesquisa como estratégia de ensino no curso de Administração.
Para efeito do levamento bibliográfico, foram listadas expressões que têm relação com o tema objeto de estudo a partir do referencial teórico da pesquisa, compondo o rol de descritores de busca: a) ensino com pesquisa; b) ensino para a pesquisa; c) ensino pela pesquisa; d) educar pela pesquisa; e) educação pela pesquisa; f) pesquisa em sala da aula; g) investigação em sala da aula; h) pesquisa com ensino. A busca foi realizada da seguinte maneira: i) o site do evento foi acessado; ii) a área de Educação (ou denominações semelhantes) foi identificada; iii) foi efetuado download dos trabalhos pertencentes à área; iv) cada trabalho foi acessado (aberto); v) foi realizada a busca individual em cada trabalho, utilizando as teclas ‘ctrl+f’ e digitando a expressão ‘ensino com pesquisa’. Esse mecanismo de busca possibilitou identificar a ocorrência ou não da expressão em qualquer parte do texto: do título às referências bibliográficas.
No site da Associação, foi possível ter acesso aos trabalhos apresentados desde a edição do ano de 1997 (XXI EnANPAD) até a edição do ano de 2021 (XLV EnANPAD). No período 1997-2000 não foram localizados nos Anais eletrônicos do evento trabalhos pertencentes à área (Divisão Acadêmica) de Ensino e Pesquisa. A partir do ano de 2001 constatou-se a existência da Divisão Acadêmica EPA (Ensino e Pesquisa em Administração), na relação dos trabalhos apresentados. Na edição do ano de 2005 teve início a segmentação da Divisão Acadêmica EPQ (Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade) em dois temas: Ensino e Pesquisa em Administração (EPQ-A) e Ensino e Pesquisa em Contabilidade (EPQ-B). No ano de 2007, foi criado um terceiro tema: Estudos Gerais e Reflexivos do Campo (EPQ-C). Já a partir do ano de 2009, a Divisão Acadêmica EPQ passou a ser segmentada em uma quantidade maior de temas (10). Ao longo dos anos, a quantidade de temas da Divisão Acadêmica EPQ foi alterada, oscilando entre oito temas (2020) e 12 temas (2019).
Ao longo dos 21 anos de realização do EnANPAD, considerados para este levantamento bibliográfico (período 2001-2021), o total de trabalhos apresentados, específicos da Divisão Acadêmica EPQ (Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade), foi de 1.586. As buscas realizadas, utilizando as expressões descritas no percurso metodológico, resultaram em 22 trabalhos identificados que contêm pelo menos uma das expressões. A evolução das quantidades de trabalhos apresentados e dos trabalhos identificados é apresentada a seguir: (Figura 1).
Gráfico 1. Quantidade total de trabalhos e quantidade de trabalhos identificados (EnANPAD 2001-2021)
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
A expressão ‘ensino com pesquisa’ resultou em maior número de trabalhos identificados (10), seguida das expressões ‘princípio educativo’ (cinco trabalhos) e ‘pesquisa em sala de aula’ (três trabalhos). Das oito expressões utilizadas para fazer o levamento bibliográfico, seis expressões resultaram em identificação de trabalhos apresentados no EnANPAD (período 2001-2021). [Tabela 1].
Em média, foram identificados 1,05 trabalhos por ano. Com a frequência oscilando entre zero (anos de 2002, 2005, 2008, 2010, 2014, 2020 e 2021) e três trabalhos (anos de 2009 e 2012). [Quadro 1]. Nesses 22 trabalhos identificados, pelo menos uma das oito expressões consta ao longo do texto (do título às referências).
Tabela 1. Trabalhos identificados nos Anais eletrônicos do EnANPAD, por ano.
Ano |
Código |
Expressões |
2001 |
EPA1094 |
Ensino com pesquisa. |
2003 |
EPA427 |
Pesquisa em sala de aula. |
2003 |
EPA2087 |
Princípio educativo. |
2004 |
EPA1256 |
Pesquisa como estratégia de aprendizagem. |
2006 |
EPQA128 |
Princípio educativo. |
2006 |
EPQA2946 |
Ensino com pesquisa. |
2007 |
EPQA1930 |
Princípio educativo. |
2009 |
EPQ429 |
Princípio educativo. |
2009 |
EPQ1733 |
Pesquisa em sala de aula. |
2009 |
EPQ1835 |
Princípio educativo. |
2011 |
EPQ2529 |
Ensino por pesquisa. |
2012 |
EPQ318 |
Ensino com pesquisa. |
2012 |
EPQ500 |
Ensino com pesquisa. |
2012 |
EPQ1697 |
Ensino com pesquisa. |
2013 |
EPQ390 |
Pesquisa como estratégia de aprendizagem. |
2015 |
EPQ636 |
Ensino com pesquisa. |
2015 |
EPQ1040 |
Pesquisa em sala de aula. |
2016 |
EPQ600 |
Ensino com pesquisa. |
2017 |
EPQ218 |
Ensino com pesquisa. |
2017 |
EPQ2566 |
Ensino com pesquisa. |
2018 |
EPQ2869 |
Pesquisa como técnica de ensino. |
2019 |
EPQ112 |
Ensino com pesquisa. |
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
Dos 22 trabalhos identificados, nenhum possui como objetivo de estudo relatar experiências, quando da adoção da prática da pesquisa como estratégia de ensino-aprendizagem, vivenciadas por docentes dos cursos de graduação em Administração. De modo mais efetivo, o assunto aparece de forma tangencial nas pesquisas, não como foco de análise.
Teixeira, Vitcel e Lampert (2007) discorrem sobre a iniciação científica na formação do administrador. Outros trabalhos apresentam definições, exibem resultados e/ou listam referência pertinentes para a presente pesquisa. Leal, Azevedo, Soares e Sousa (2016), por exemplo, relacionam autores e autoras da área de área de educação que tratam das estratégias de ensino-aprendizagem e descrevem estudos da área de Ciências Contábeis que fazem menção à estratégia ensino com pesquisa, além de apresentarem como resultado a percepção dos docentes pesquisados de que a estratégia ensino com pesquisa é pouco utilizada. Há, ainda, trabalhos que, mesmo sendo identificados por meio das expressões utilizadas nas buscas, não possuem relação com a presente pesquisa, a exemplo do trabalho elaborado por Canhada e Bulgacov (2009).
Para efeito de análise qualitativa (Creswell, 2014), os trabalhos inerentes ao objeto de estudo foram identificados com a descrição do ano em que o evento ocorreu, do código do trabalho no evento, do título do trabalho e da autoria. Para facilitar o processo de visualização de análise dos dados, os resultados estão distribuídos em três quadros, mas isso se deu tão somente para fins didáticos de apresentação e análise. Os dados (artigos) são descritos com a indicação do objetivo e da expressão que levou à identificação. A seguir, são apresentados e analisados os resultados obtidos de 2001 a 2007 (Tabela 2):
Tabela 2. Relação dos trabalhos identificados nos Anais eletrônicos do EnANPAD (2001-2007) – Divisão Acadêmica Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade ou Divisão Acadêmica semelhante.
Ano |
Código |
Título |
Autoria |
2001 |
EPA1094 |
A crise das universidades no Brasil: percepção das lideranças dos Programas de Graduação em Administração |
Manolita Correia Lima; Lilian Outtes Wanderley |
2003 |
EPA427 |
Análise do relacionamento entre o perfil de alunos do curso de contabilidade e o desempenho satisfatório em uma disciplina |
Fábio Frezatti; Geraldo Alemandro Leite Filho |
2003 |
EPA2087 |
Uma experiência metodológica inovadora no interior mineiro no ensino da administração |
Simone Marília Lisboa; Helga Silva Espigão; Jacqueline da Silva |
2004 |
EPA1256 |
Aspectos epistemológicos do dilema teoria-prática no ensino de administração de empresas |
Samuel Cruz Dos Santos |
2006 |
EPQA128 |
Um estudo dos fatores promotores de mudanças no mundo do trabalho em projetos pedagógicos do curso de graduação em administração |
Keiko Shinzaki; Maria Iolanda Sachuk |
2006 |
EPQA2946 |
Modelo de competências x pedagogia das competências: reflexões sobre a formação do administrador |
Luiz Carlos do Nascimento |
2007 |
EPQA1930 |
Iniciação científica: desenvolvendo competências e habilidades na formação do administrador |
Enise Barth Teixeira; Marlise Sozio Vitcel; Amauri Luis Lampert |
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
Lima e Wanderley (2001) discutiram a crise nas universidades brasileiras. A expressão ‘ensino com pesquisa’ possibilitou a identificação do trabalho: expressão presente no título de obra escrita por Lima (2000) e referenciada por Lima e Wanderley (2001). Nota-se que o foco desse trabalho não foi a pesquisa como estratégia de ensino, o assunto é abordado, mas de forma tangencial com propósitos distintos aos desta investigação.
Frezatti e Leite Filho (2003, p. 3) elaboraram um trabalho visando responder à questão de pesquisa: “(...) existiria alguma associação entre perfil dos alunos em termos de atitudes e aspirações e seu desempenho nas disciplinas de Contabilidade?” Ao analisar o trabalho, ficou constatado que a expressão ‘pesquisa em sala de aula’ levou à identificação do trabalho. Entretanto, no texto, a expressão não se refere a uma prática adotada pelo docente, refere-se ao fato de a coleta de dados ter sido realizada em sala de aula.
A pesquisa de Lisboa, Espigão e Silva (2003) objetivou relatar a experiência da adoção de um projeto em uma Instituição de Ensino Superior (IES). O projeto, denominado ‘Adote um bairro’, configura uma prática de ensino que visa integrar disciplinas da matriz curricular do curso de graduação em Administração. Além de relatar a experiência, as autoras apresentam resultados de uma pesquisa realizada por empresa especializada que objetivou “(...) conhecer desejos e necessidades dos alunos de 1º e 2º períodos e, assim, propor um sistema de ensino coerente com os valores e missão da Faculdade em consonância com as expectativas desses alunos.” (Lisboa, Espigão, & Silva, 2003, p. 9). A expressão ‘princípio educativo’ possibilitou a identificação do trabalho como objeto de análise desta investigação.
Santos (2004, p. 2) elaborou trabalho com o objetivo de
(...), à luz das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Administração de Empresas, negar a existência do que se estabeleceu como um grande mote dos cursos: a necessidade de ter um curso voltado para o mercado ou, de forma mais amena, a necessidade de interação entre teoria e prática.
A expressão ‘pesquisa como estratégia de aprendizagem’ possibilitou a identificação do trabalho para análise. O autor apresenta dados de 2001 relativos à avaliação do Ministério da Educação (MEC) por meio da qual destaca que aproximadamente 42% dos discentes dos cursos de Administração que realizaram a avaliação do MEC “(...) disseram que em poucas disciplinas foram solicitados a realizar atividades de pesquisa como estratégia de aprendizagem.” (Santos, 2004, p. 9).
O estudo desenvolvido por Shinzaki e Sachuk (2006, p. 2) objetivou “(...) analisar os projetos pedagógicos de cursos de graduação em administração de 03 (três) instituições de ensino superior, sendo uma federal, uma estadual e uma instituição privada, face às mudanças no mundo do trabalho.” A expressão ‘princípio educativo’ possibilitou a identificação e seleção do trabalho para nossa análise. Sobre esse assunto, Shinzaki e Sachuk (2006) recuperam um texto de Kuenzer (1998) e associam princípio educativo e tendências pedagógicas, ao discorrerem sobre a relevância do projeto pedagógico.
Nascimento (2006) identificou e discutiu relações entre o conceito de competências nos ambientes acadêmico (Pedagogia das Competências) e empresarial (Modelo de Competências). A expressão ‘ensino com pesquisa’ possibilitou a identificação do trabalho, tendo em vista que o autor utiliza como referência o Plano Nacional de Graduação (PNG), do ano de 1999, que destaca a importância do ensino com pesquisa e do ensino com extensão.
Teixeira, Vitcel e Lampert (2007, p. 1) discutiram “(...) a importância da iniciação científica na formação do administrador (...).” A expressão ‘princípio educativo’ levou à identificação do trabalho para estudo. As autoras e o autor discorrem sobre a pesquisa como princípio educativo, nas universidades, assim como afirmam que “(...) o curso de Administração da Unijuí busca conduzir seu projeto político-pedagógico com propostas pautadas na pesquisa como princípio educativo.” (Teixeira, Vitcel, & Lampert, 2007, p. 11). Além desses dois pontos, há a referência ao trabalho elaborado por Pizolotto e Teixeira (2005) que trata da pesquisa como princípio educativo no curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ).
A seguir, estão descritos e analisados os dados obtidos no período de 2009 a 2012 (Tabela 3), nos anos de 2008 e 2009 não foram identificados trabalhos inerentes ao objeto desta investigação.
Tabela 3. Relação dos trabalhos identificados nos Anais eletrônicos do EnANPAD (2009-2012) – Divisão Acadêmica Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade ou Divisão Acadêmica semelhante.
Ano |
Código |
Título |
Autoria |
2009 |
EPQ429 |
O desenvolvimento regional sustentável como pauta para o executivo contemporâneo: avaliação de um programa de formação de gestores sociais |
Kaoê Alves Olivato; Fabio Scorsolini-Comin; Juliana de Freitas Oliveira; David Forli Inocente; Sônia Vale Walter Borges de Oliveira; Alberto Borges Matias |
2009 |
EPQ1733 |
Estratégia como prática social e resultados acadêmicos: o doutorado em Administração na USP e UFRGS |
Diego Iturriet Dias Canhada; Sergio Bulgacov |
2009 |
EPQ1835 |
Avaliação do modelo de gestão de um curso de formação profissional de gestores sociais, por meio da educação a distância |
Fabio Scorsolini-Comin; Marina de Freitas Secaf; Kaoê Alves Olivato; Juliana De Freitas Oliveira; David Forli Inocente; Alberto Borges MatiaS |
2011 |
EPQ2529 |
A relação entre as características sociodemográficas e a preferências por técnicas de ensino por estudantes de cursos superiores de ciências sociais |
Felipe Augusto Pereira; Daniel Lins; Ronei Picarte; Rita Rovai Castellan |
2012 |
EPQ318 |
Sinaes mede desempenho? um estudo nos Cursos de Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis |
Gilberto José Miranda; Sirlei Lemes; Francielly Dornelas Correia Lima; Vicente Bruno Júnior |
2012 |
EPQ500 |
Desempenho dos alunos no ENADE de 2009: um estudo empírico a partir do conteúdo curricular dos Cursos de Ciências Contábeis no Brasil. |
Alair José da Cruz; Arilda Magna Campagnaro Teixeira |
2012 |
EPQ1697 |
Entre a formação de professores e de pesquisadores nos programas de pós-graduação stricto sensu em administração: contradições e alternativas |
Roberto Patrus; Manolita Correia Lima |
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
De 2009 a 2012, foram identificados sete trabalhos pelo levantamento bibliográfico, tomando-se como base as expressões definidas para esta investigação. Olivato et al. (2009, p. 2), por exemplo, elaboraram um trabalho que objetivou “(...) avaliar um curso de pós-graduação lato sensu na área de Desenvolvimento Regional Sustentável, analisando o impacto do mesmo para a formação profissional de executivos de uma instituição financeira brasileira.” A expressão ‘princípio educativo’ possibilitou a identificação do trabalho para análise desta investigação. Foi constatado que os autores referenciam o texto de Saviani (1994) que trata do trabalho como princípio educativo, todavia, a pesquisa como prática de ensino e aprendizagem não foi objeto da investigação desses autores.
A pesquisa de Canhada e Bulgacov (2009, p. 1) teve o objetivo de “(...) identificar as práticas sociais que sustentam resultados acadêmicos superiores em dois programas de doutorado em Administração: USP e UFRGS.” O trabalho foi identificado por conter a expressão ‘pesquisa em sala de aula’. No entanto, não há relação com o objeto de estudo da pesquisa ora realizada, uma vez que a expressão se refere à interação em grupos de pesquisa que pode ocorrer em diferentes ambientes, dentre os quais a sala de aula.
Scorsolini-Comin et al. (2009, p. 5) elaboraram trabalho com os objetivos de “(...) Avaliar o modelo de gestão de um curso de formação de gestores sociais na modalidade a distância, bem como compreender a satisfação dos alunos concluintes acerca desse modelo e o seu impacto para a formação profissional desses executivos”. Assim como outros artigos selecionados para nossa análise, nesse trabalho, a expressão ‘princípio educativo’ levou à sua identificação, pois ela foi citada, partir de um texto de Saviani (1994) que trata do trabalho como princípio educativo.
Pereira, Lins, Picarte e Castellan (2011, p. 3) analisaram “(...) as preferências dos discentes em termos de técnicas de ensino e relacioná-las com suas características pessoais, especificamente os aspectos sociodemográficos.” A expressão ‘ensino por pesquisa’ levou à identificação do trabalho, os autores listam, com base em Masetto (2003), diferentes estratégias de ensino-aprendizagem, dentre as quais “(...) ensino por pesquisa, [ensino] por projetos (...).” (Pereira, Lins, Picarte, & Castellan, 2011, p. 3).
Apesar de Masetto (2003) não utilizar a expressão ‘ensino por pesquisa’ e sim ‘ensino com pesquisa’, a trabalho elaborado por Pereira et al. (2011, p. 3) possibilitou a identificação da obra de Masetto (2003) e o acesso aos resultados que focalizam as preferências dos discentes de Cursos de Graduação em Ciências Sociais, ofertados por IES atuantes no Estado de Pernambuco, em relação às estratégias de ensino-aprendizagem.
A pesquisa de Miranda, Lemes Lima e Bruno Júnior (2012, p. 1) buscou “(...) identificar a existência de relações entre o desempenho dos cursos de graduação em Ciências Contábeis, medido pelo Conceito Preliminar de Curso (CPC), e o ingresso dos alunos em programas de pós-graduação, em nível de mestrado”. A expressão ‘ensino com pesquisa’ levou à identificação do trabalho, parte do título de obra faz alusão ao texto de Libâneo (2009) que discute o assunto. Todavia, ao empreender uma análise mais acurada do texto, percebeu-se que a pesquisa não trata da pesquisa como prática de ensino de modo mais focalizado, não foi esse o objetivo da pesquisa.
Cruz e Teixeira (2012, p. 2) avaliaram “(...) a possível relação entre os conteúdos curriculares, classificados em formação básica, profissional e teórico-prática, e o desempenho dos alunos dos cursos de Ciências Contábeis no ENADE do ano de 2009”. A expressão ‘ensino com pesquisa’ possibilitou a identificação do trabalho. Cruz e Teixeira (2012) referenciam o ensaio teórico elaborado por Slomski, Gomes, Silva e Guimarães (2010), que trata do ensino com pesquisa como proposta metodológica.
Patrus e Lima (2012, p. 1) empreenderam um estudo com o objetivo de suscitar reflexão sobre “(...) a formação docente do professor no âmbito dos cursos stricto sensu em Administração, oferecidos no Brasil.” Trata-se de um ensaio teórico que buscou “(...) entender o processo de formação do docente de nível superior em Administração (...)”, bem como “(...) propor alternativas para a formação do professor universitário, em particular, dos cursos de Administração.” (Patrus & Lima, 2012, p. 3 e 4).
A expressão ‘ensino com pesquisa’ levou à identificação do trabalho tendo em vista que ao mencionar Demo (2011) como defensor do ensino com pesquisa e ao listar pesquisa realizada por Cunha (1996) que tem no título a expressão ‘ensino com pesquisa’ por parte de Patrus e Lima (2012), observou-se certa aderência ao objeto de estudo desta investigação.
Por fim, estão apresentados e analisados os dados obtidos no período de 2013 a 2019 (Tabela 4). Nos anos de 2020 e 2021 não foram identificados trabalhos publicados que focalizaram a prática de pesquisa como estratégia de ensino e aprendizagem em Administração.
Tabela 4. Relação dos trabalhos identificados nos Anais eletrônicos do EnANPAD (2001-2021) – Divisão Acadêmica Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade ou Divisão Acadêmica semelhante.
Ano |
Código |
Título |
Autoria |
2013 |
EPQ390 |
O que é didática: uma análise de diferentes concepções na Educação Contábil |
Edvalda Araújo Leal; Gilberto José Miranda; Aline Barbosa de Miranda; Adolar Ferreira de Faria |
2015 |
EPQ636 |
Prática docente no ensino superior: narrativas sobre o processo de ensino-aprendizagem na Amazônia Setentrional |
Jaqueline Silva da Rosa; Idonézia Collodel BenettI; Ana Paula da Rosa Deon; Fernanda Ax Wilhelm |
2015 |
EPQ1040 |
Tecnologias digitais na educação: uma análise bibliométrica sobre o tema tecnologias como recurso didático |
Julio Araujo da Silva Junior; Ana Lúcia Moura Novais; Cleonice Nazaré do Nascimento |
2016 |
EPQ600 |
Estratégias e métodos aplicados no ensino da contabilidade: um estudo com docentes do Curso de Ciências Contábeis |
Edvalda Araújo Leal; Janaina Amaral Azevedo; Mara Alves Soares; Edileusa Godói de Sousa |
2017 |
EPQ218 |
Aprendizagem ativa para adultos: relato de uma experiência em Curso de Marketing |
Alexandre Borba Salvador; Ana Akemi Ikeda |
2017 |
EPQ2566 |
Inserção da temática de redes inter organizacionais nos currículos de pós-graduação stricto sensu em administração |
Fernanda Rosalina da Silva Meireles; Ana Cláudia Azevedo; Raissa de Azevedo Barbosa |
2018 |
EPQ2869 |
ENADE: uma análise sobre os determinantes do desempenho acadêmico dos estudantes de Ciências Contábeis desde a sua primeira edição |
Vivian Duarte Couto Fernandes; Mônica Aparecida Ferreira; Gilberto José Miranda; Janser Moura Pereira |
2019 |
EPQ112 |
Formação docente nos cursos de pós-graduação: como são formados os professores de Administração |
Jéssica Cristina Ceni; Indira Gandhi; Jane Mendes Ferreira Fernandes; Layza Karla Miliorini |
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
De 2013 a 2019, foram identificados, nos anais do EnANPAD, oito trabalhos para análise em face aos procedimentos metodológicos definidos para esta investigação. Essa identificação por si só não permite afirmar a aderência ou não de cada um dos artigos selecionados ao objeto de estudo desta investigação, portanto é necessário adensar a análise para poder compreender melhor a presença da pesquisa como prática de ensino nos cursos de Administração na perspectiva dos anais do EnANPAD (2013-2019), conforme segue.
O trabalho de Leal, Miranda, Miranda e Faria (2013, p. 13) objetivou “(...) verificar as concepções de Didática presentes na literatura educacional, nos mecanismos de avaliação da educação superior mantidos pelo governo federal e no entendimento de alunos e professores acerca da temática.” A expressão ‘pesquisa como estratégia de aprendizagem’ levou à identificação do trabalho, contudo o que se percebe é que Leal et al. (2013, p. 9) apresentaram uma seção do Questionário Socioeconômico do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), do ano de 2008, respondido pelos discentes. Um dos itens (9) indaga se “(...) O aluno foi solicitado a realizar atividades de pesquisa como estratégia de aprendizagem (...).”
Nota-se que nesse caso existe a intenção de identificar a existência dessa estratégia de ensino na graduação em Administração, logo, não foi esse o foco da pesquisa de Leal et al. (2013), contudo, a pesquisa realizada por Santos (2012) é mencionada por esses autores ao afirmarem que o desempenho acadêmico dos discentes apresentou resultados positivos quando os docentes “(...) utilizaram, com maior frequência, pesquisas em 2003 e 2006 como estratégia de ensino.” (Leal et al., 2013, p. 5), o que permite inferir que a pesquisa como prática de ensino fez parte da investigação.
Rosa, Benetti, Deon e Wilhelm (2015, p. 2) desenvolveram um estudo com o objetivo de “(...) analisar a percepção de alunos do curso de Administração acerca da prática pedagógica de sala de aula”. A expressão ‘ensino com pesquisa’ possibilitou a identificação do trabalho, por meio do título do livro de autoria de Lima (2000) – Ensino com pesquisa: uma revolução silenciosa. Não obstante, ao analisar o trabalho de forma mais adensada, observa-se que ele não trata da pesquisa como estratégia de ensino e aprendizagem, de certo modo, o texto aborda procedimentos didático-metodológicos, mas não a prática de pesquisa como estratégia de ensino.
O texto de Silva Junior, Novais e Nascimento (2015, p. 1) traz resultados de uma pesquisa que objetivou identificar “(...) tendências de estudo na literatura acadêmica sobre tecnologias como recurso didático, por meio da utilização da técnica de análise bibliométrica (...).” A expressão ‘pesquisa em sala de aula’ é uma das 94 palavras-chave identificadas por Silva Junior et al. (2015) na pesquisa bibliográfica realizada. Todavia, de modo mais efetivo, observou-se que não há relação entre o trabalho realizado e o objeto de estudo da presente pesquisa.
O trabalho realizado por Leal, Azevedo, Soares e Sousa (2016, p. 2) objetivou “(...) identificar e analisar os principais fatores que influenciam na escolha das estratégias de ensino pelos docentes do Curso de Graduação em Ciências Contábeis apresentadas nos planos de curso”. A expressão ‘ensino com pesquisa’ levou à identificação do trabalho dessas autoras.
A pesquisa de Salvador e Ikeda (2017, p. 1) teve o objetivo de “(...) ampliar o entendimento da aprendizagem ativa e, consequentemente, munir docentes e pesquisadores com informações úteis para a profissão.” O trabalho foi identificado por meio da expressão ‘ensino com pesquisa’. É uma das estratégias de ensino-aprendizagem listadas por Anastasiou e Alves (2009), autoras referenciadas por Salvador e Ikeda (2017).
A pesquisa de Meireles, Azevedo e Barbosa (2017, p. 2) analisou “(...) a inserção do tema de redes interorganizacionais no conteúdo curricular dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração.” A expressão ‘ensino com pesquisa’ possibilitou a identificação do trabalho. As autoras referenciam a pesquisa realizada por Cunha (2016), ao discorrerem sobre currículo e formação em cursos stricto sensu. Todavia, o trabalho não foi considerado porque o lócus da pesquisa foi a pós-graduação em Administração, não a graduação.
Fernandes, Ferreira, Miranda e Pereira (2018, p. 2) identificaram “(...) as variáveis significativas na explicação do desempenho acadêmico dos estudantes de Ciências Contábeis, alcançado no Enade desde a sua primeira edição, em 2006.” O trabalho foi identificado por meio da expressão ‘pesquisa como técnica de ensino’. Ao descreverem a pesquisa realizada por Santos (2012), Fernandes et al. (2018, p. 4) afirmam que “(...) nas instituições com professores cuja titulação seja mestrado e doutorado e que utilizaram pesquisa como técnica de ensino, o desempenho discente tende a ser maior (...).”
Por fim, Ceni, Gandhi, Fernandes, Miliorini (2019, p. 3) propuseram um estudo que objetivou “(...) problematizar a formação docente (...)” a partir da percepção de alunos de doutorado em Administração. A expressão ‘ensino com pesquisa’ levou, a princípio, à identificação do estudo. O ensino com pesquisa vem à tona quando as autoras apresentam como resultado o fato de que “nenhum dos respondentes relata que utiliza a pesquisa como forma de produção de conhecimento para ser tratado em sala de aula” (Ceni et al., 2019, p. 8). Outro aspecto que possibilitou a identificação do trabalho foi o fato de as autoras referenciarem a pesquisa realizada por Malusá, Pompeu e Reis (2014), cujo título contém a expressão ‘ensino com pesquisa’. Não obstante, o lócus da pesquisa foi a pós-graduação stricto sensu não a graduação em Administração.
A não identificação de trabalho que tenha como objeto de estudo relatar experiências relativas à adoção da prática da pesquisa como estratégia de ensino-aprendizagem, vivenciadas por docentes dos cursos de graduação em Administração, sinaliza que o tema é carente de pesquisas. Além disso, muitos trabalhos tratam do assunto de forma tangencial, não como objeto de estudo.
O EnANPAD é um espaço de interlocução entre pares, assim como incentiva o desenvolvimento da pesquisa no âmbito do ensino de Administração tanto na graduação quanto na pós-graduação stricto sensu. Dentre os temas em discussão nesse evento tem-se o EPQ - Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade que foi o lócus desta investigação. Para tanto, são propostos temas que buscam entender um dilema a ser examinado no ambiente do ensino universitário, seja em nível de graduação ou pós-graduação, assim como fornecer apoio para o processo de tomada de decisão, criando possibilidades para uma maior conexão entre os conceitos teóricos e sua aplicação prática.
No período de 2001 a 2021, de um total de 1.586 trabalhos publicados nesta subdivisão (EPQ) do EnANPAD, apenas 22 foram identificados pelo levamento bibliográfico com base nas expressões utilizadas para esse fim. Buscou-se com isso identificar e analisar a presença da prática de pesquisa como estratégia de ensino e aprendizagem no curso de Graduação em Administração, na perspectiva desse evento científico. Todavia, apesar do reduzido número de artigos identificados, esse quantitativo caiu ainda mais quando foi empreendida uma análise mais acurada de cada um deles reduzindo para nove, mas considerando a área de Ciências Sociais Aplicadas.
Quando a análise recai de modo mais focado para o curso de graduação em Administração, constatou-se que apenas cinco publicações focalizam a pesquisa como estratégia de ensino e aprendizagem. Trata-se dos trabalhos de Lisboa et al. (2003), Santos (2004), Nascimento (2006), Teixeira et al. (2007) e Pereira et al. (2011).
Esses resultados revelam, por um lado, a relevância do estudo tendo em vista que a temática é pouco explorada no âmbito da pesquisa acadêmico-científica e, por outro, que o emprego da prática de pesquisa como procedimento de ensino e aprendizagem nos cursos de Graduação em Administração é uma prática pouco utilizada pelos professores. Infere-se, com isso, que abordagens mais tradicionais como a aula expositiva clássica, por exemplo, podem figurar como um método ainda predominante nesse nível de ensino.
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