FISIOTERAPIA DESCONGESTIVA NO LINFEDEMA DE MEMBROS SUPERIORES PÓS-MASTECTOMIA: ESTUDO RETROSPECTIVO.
DOI:
https://doi.org/10.13037/rbcs.vol11n37.1884Palavras-chave:
Linfedema, Mastectomia, Neoplasias da Mama, Modalidades de Fisioterapia, Reabilitação.Resumo
Introdução: O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e a maior causa de óbitos por câncer na população feminina no Brasil. Apesar dos avanços em seu tratamento, muitos pacientes evoluem com linfedema nos membros superiores. A fisioterapia tem papel essencial, pois uma vez instalado, o linfedema, afeta a qualidade de vida do paciente pelas importantes alterações físicas, psíquicas e sociais. Objetivo: Avaliar os efeitos da fisioterapia descongestiva no linfedema de membros superiores em pacientes pós-operatório de câncer de mama, por meio de análise retrospectiva de prontuários. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo de 44 prontuários de pacientes com diagnóstico de câncer de mama e submetidos à mastectomia unilateral ou bilateral com esvaziamento axilar, atendidos no ambulatório de fisioterapia do IBCC, no período de agosto/2008 a dezembro/2009. O teste de Wilcoxon foi utilizado para as variáveis dor, perimetria e volume estimado e o teste de Igualdade de Duas Proporções para a sensibilidade superficial. O nível de significância foi estipulado em 5% (p<0,05). Resultados: Dos 44 prontuários analisados foram incluídos 59,09%, sendo 96,15% do gênero feminino e faixa etária média de 60,68±10,05 anos. Observou-se redução significante de dor (p=0,030), da perimetria para ambos os membros superiores, exceto para +10cm e -10cm no esquerdo, do volume estimado do membro afetado de 2.327±499 ml para 2.137±531 ml (p<0,001) e de hiperestesia (p=0,040) e hipoestesia (p=0,022). Conclusões: A fisioterapia descongestiva se mostrou eficaz na redução do linfedema no pós-operatório de câncer de mama.
Downloads
Referências
1. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
Silva. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil
[Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2011 [citado 2012 jun].
Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2012/
estimativa20122111.pdf
2. Batiston AP, Santiago SM. Fisioterapia e complicações
físico-funcionais após tratamento cirúrgico do câncer de
mama. Fisioter Pesq. 2005; 12(3):30-5.
3. Freitas Junior R, Ribeiro LFJ, Taia L, Kajita D, Fernandes
MV, Queiroz GS. Linfedema em pacientes submetidas
à mastectomia radical modificada. Rev Bras Ginecol
Obstetrícia. 2001; 23(4):205-8.
4. Bergmann A, Mattos IE, Koifman RJ. Incidência e
prevalência de linfedema após tratamento cirúrgico do
câncer de mama: Revisão de literatura. Rev Bras Cancerol.
2007; 53 (4):461-70.
5. Da Luz ND, Lima ACG. Recursos fisioterapêuticos em
linfedema pós-mastectomia: Uma revisão de literatura.
Fisioter Movimento. 2011; 24(1):191-200.
6. Bergmann A, Koifman RJ, Koifman S, Ribeiro MJP,
Mattos IE. Upper limb lymphedema following breast cancer
surgery: Prevalence and associated factors. Lymphology.
2007; 40(Suppl):96-106.
7. Damstra RJ, Voesten HG, van Schelven WD, van der
Lei B. Lymphatic venous anastomosis (LVA) for treatment
of secondary arm lymphedema. A prospective study of 11
LVA procedures in 10 patients with breast cancer related
lymphedema and a critical review of the literature. Breast
Cancer Res Treat. 2009; 113(2):199-206.
8. Badger CMA, Preston NJ, Seers K, Mortimer PS. Benzopyrones
for reducing and controlling lymphoedema of the
limbs. Cochrane Database Syst Rev. 2004; (2):CD003140.
9. Carvalho APF, Azevedo EMM. Estudo comparativo
entre a fisioterapia aquática e a convencional para reduzir
linfedema pós-tratamento cirúrgico de câncer de mama:
Ensaio clínico randomizado. Rev Bras Mastologia. 2009;
19(4):133-40.
10. Harris SR, Hugi MR, Olivotto IA, Levine M. Clinical
practice guidelines for the care and treatment of breast
cancer: 11. Lymphedema. Canadian Medical Association
or its licensors. 2001; 164(2):191-9.
11. Bergmann A, Mattos IE, Koifman RJ. Diagnóstico do
linfedema: Análise dos métodos empregados na avaliação do
membro superior após linfadenectomia axilar para tratamento
do câncer de mama. Rev Bras Cancerol. 2004; 50(4):311-20.
12. Instituto Brasileiro de Controle do Câncer [Internet].
[citado 2012 jun]. Disponível em: http://www.ibcc.org.br/
index.asp
13. Grimes DA, Schulz KF. Cohort studies: Marching towards
outcomes. The lancet. 2002; 359:341-5.
14. Moraes AB, Zanini RR, Turchiello MS, Riboldi J,
Medeiros LR. Estudo da sobrevida de pacientes com
câncer de mama atendidas no hospital da Universidade
Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad
Saúde Pública. 2006; 22(10):2219-28.
15. Tacani PM, Machado AFP, Tacani RE. Perfil clínico
dos pacientes atendidos em Fisioterapia dermatofuncional
na clínica da Universidade Municipal de São Caetano do
Sul – USCS. Rev Bras Ciênc Saúde. 2009; 7(21):36-44.
16. Gomes R, Nascimento EF, Araújo FC. Por que os
homens buscam menos os serviços de saúde do que
as mulheres? As explicações de homens com baixa
escolaridade e homens com ensino superior. Cad Saúde
Pública. 2007; 23(3):565-74.
17. Martin LR, Williams SL, Haskard KB, DiMatteo MR.
The challenge of patient adherence. Ther Clin Risk Manag.
2005; 1(3):189-99.
18. Guerra MR, Gallo CVM, Mendonça GAS. Risco de
câncer no Brasil: Tendências e estudos epidemiológicos
mais recentes. Rev Bras Cancerol. 2005; 51(3):227-34.
19. Matos JC, Pelloso SM, Carvalho MDB. Prevalência de fatores
de risco para o câncer de mama no município de Maringá,
Paraná. Rev Latino-Am Enfermagem. 2010; 18(3):57-64.
20. Rezende LF, Beletti PO, Franco RL, Moraes SS,
Gurgel MSC. Exercícios livres versus direcionados nas
complicações pós-operatórias de câncer de mama. Rev
Assoc Med. 2006; 52(1):37-42.
21. Amaral MTP, Oliveira MMF, Ferreira NO, Guimarães
RV, Sarian LO, Gurgel MSC. Manual therapy associated
with upper limb exercises vs. exercises alone for shoulder
rehabilitation in postoperative breast cancer. Physiother
Theory Pract. 2011; 28(4):299-306.
22. Reis FA, Ribeiro EA, Carvalho PTC, Belchior ACG, Arakaki
JC, Vasconcelos RA. Análise da confiabilidade do método
Figura Oito e da volumetria para mensuração do edema
de tornozelo. Rev Bras Med Esporte. 2004; 10(6):468-71.
23. Garcia LB, Guirro ECO. Efeitos da estimulação de
alta voltagem no linfedema pós-mastectomia. Rev Bras
Fisioter. 2005; 9(2):243-8.
23
RBCS
Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano 11, nº 37, jul/set 2013
Artigos Originais
Referências
24. Belczak CEQ, Godoy JMP, Seidel AC, Silva JA,
Cavalheri Junior G, Belczak SQ. Influência da atividade
diária na volumetria dos membros inferiores medida por
perimetria e pela pletismografia de água. J Vasc Bras.
2004; 3(4):304-10.
25. Gerber LH. A Review of Measures of Lymphedema.
American Cancer Society: Supplement to cancer. 1998;
83(12):2803-4.
26. Damstra RJ, Glazenburg EJ, Hop WCJ. Validation of
the inverse water volumetry method: A new gold standard
for arm volume measurements. Breast Cancer Res Treat.
2006; 99(2):267-73.
27. Deltombe T, Jamart J, Recloux S, Legrand C,
Vandenbroeck N, Theys S, Hanson P. Reliability and limits
of agreement of circumferential, water displacement, and
optoelectronic volumetry in the measurement of upper limb
lymphedema. Lymphology. 2007; 40(1):26-34.
28. Megens AM, Harris SR, Kim-Sing C, McKenzie DC.
Measurement of upper extremity volume in women after
axillary dissection for breast cancer. Arch Phys Med Rehabil.
2001; 82(12):1639-44.
29. Lacomba MT, Sánchez MJY, Goñi AZ, Merino DP, Moral
OM del, Téllez EC, Mogollón EM. Effectiveness of early
physiotherapy to prevent lymphoedema after surgery for
breast cancer: randomised, single blinded, clinical trial.
BMJ. 2010; 340:b5396.
30. Freitas-Silva R, Conde DM, Freitas-Júnior R, Martinez
EZ. Comparison of quality of life, satisfaction with surgery
and shoulder-arm morbidity in breast cancer survivors
submitted to breast-conserving therapy or mastectomy
followed by immediate breast reconstruction. Clinics.
2010; 65(8):781-7.
31. Executive Committee of International Society of
Lymphology (2009). The Diagnosis and Treatment of
Peripheral Lymphedema. Consensus Document of the
International Society of Lymphology. Lymphology, 2009;
42(3):51-60.
32. Oliveira J, César TB. Influência da fisioterapia complexa
descongestiva associada à ingestão de triglicerídeos de
cadeia média no tratamento do linfedema de membro
superior. Rev Bras Fisioter. 2008; 12(1):31-6.
33. Panobianco MS, Souza VP, Prado MAS, Gozzo TO,
Magalhães PAP, Almeida AM. Construção do conhecimento
necessário ao desenvolvimento de um manual didáticoinstrumental
na prevenção do linfedema pós-mastectomia.
Texto & contexto enferm. 2009; 18(3):418-26.
34. Tacani RE, Tacani PM. Técnicas manuais nas condições
inestéticas. In: De Maio M (ed.). Tratado de medicina
estética. 2ª ed. São Paulo: Roca; 2011. p.1511-50.
35. Hamza MA, White PF, Ahmed HE, Ghoname EA.
Effect of the frequency do transcutaneous eletrical
nerve stimulation on the postoperative opioid analgesic
requirement and recovery profile. Anesthesiology.1999;
91(5):1232-8.
36. Collinge W, MacDonald G, Walton T. Massage
in supportive cancer care. Semin Oncol Nurs. 2012;
28(1):45-54.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2014 Pascale M. Tacani, Renata Aparecida Lucas Camargo, Gabriella da Silva, Bruna Cristina Moreira, Pérsia Aline Nóbrega Batista, Debora Montezello, Aline Fernanda Peres Machado, Rogério Eduardo Tacani, João Carlos Guedes Sampaio Goes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Proposta de Política para Periódicos que oferecem Acesso Livre Adiado
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma licença
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).